Obra - croqui, 2017, nanquim sobre papel, 21 x 29,7 cm.

Obra

Será colocado no espaço expositivo um conjunto de quatro pedestais para organização de fluxo de pessoas (conhecidos pelo nome de "unifilas") fechados entre si e ocupando uma área total de 1 metro quadrado. Os seguranças irão se posicionar para a salvaguarda patrimonial, sendo que um estará dentro da área demarcada pelos pedestais e outro estará fora dessa área. O segurança irá agir sempre que a salvaguarda da Obra estiver ameaçada.

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A ação performática Obra provoca um pensamento a respeito da obra de arte em seu caráter material, através do corpo dos vigilantes e desses em relação direta com os "unifilas". Os "unifilas" são comumente utilizados em espaços culturais ou museus para separação do público e dos objetos que precisem ter uma proteção maior contra o toque. Nesse contexto, Obra reconfigura essa situação de salvaguarda quando propõe colocar o corpo de um segurança dentro do "unifila".

Entretanto, para além de uma simples exposição do corpo protegido, Obra faz com que o segurança exerça sua função de proteção para com um outro segurança que está fora da área do "unifila". Cria-se o seguinte sistema: o segurança dentro do "unifila" protege o segurança que está fora -> "unifila" -> o segurança fora do "unifila" protege o segurança que está dentro. O sistema gera um ruído a partir da ação ativa do segurança que está dentro do "unifila", que protege o espaço de obra de arte que está fora do "unifila", produzindo um desfazimento entre o que é dentro e o que é obra. Nesse ponto, fazendo uma analogia, o "unifila" seria como a atmosfera. Ela está dentro ou fora?

46º Salão de Artes Visuais Novíssimos [curadoria: Cesar Kiraly], 2017, Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro, RJ [fotos: Bia Gonçalves e Rebeca Rasel / Galeria de Arte Ibeu]

46º Salão de Artes Visuais Novíssimos [curadoria: Cesar Kiraly], 2017, Galeria de Arte Ibeu, Rio de Janeiro, RJ [fotos: Georges Gonçalves e Maria Clara Boing]